A capa da Veja dessa semana é " Ser Jovem e Gay - A Vida Sem Dramas".
Sem dúvida simpática à causa, o que já é um grande avanço, mas um tanto descolada da realidade.
A Silvia Rogar, que assina a matéria, ligou semanas atrás para trocar idéias sobre essa pauta. Eu, como sempre, disse que tinha um certo receio do que a Veja poderia fazer com esse tema e, apesar de falar bastante, me mostrei reticente com as intenções da revista.
O resultado foi bastante positivo, ganhamos espaço nas bancas e nas casas com a maior publicação do país. Mas assim como as repetidas matérias sobre o 'mercado cor-de-rosa' que Veja já publicou, não corresponde exatamente ao que acontece no mundo real.
Certamente há muito mais jovens que podem se assumir livremente com apoio dos pais e isso é uma mudança grande com relação à época em que eles nasceram, onde isso não era uma opção.
Mas esqueceram de contextualizar que são uma minoria, mesmo nos grandes centros. A maioria esmagadora de jovens gays e lésbicas continua a sofrer preconceito e tem que viver se escondendo.
Essa ressalva deveria ter sido explicitada para que não ficasse a impressão de que o mundo é a região central de São Paulo.
Lembrar de Rock Hudson e arte antiga grega a essas alturas do campeonato também parece um pouco fora de contexto. E acreditar em uma pesquisa que diz que 95% dos jovens com 18 anos já se assumiram é de uma inocência que arrisca a seriedade do resto do texto.
Ainda assim, parabéns aos jornalistas que conseguiram emplacar na capa de uma revista geralmente caretérrima uma visão positiva da comunidade lgbt.
Escrito por Andre Fischer às 13:20:18
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