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By Ferramentas Blog

sábado, 1 de maio de 2010

Transsexual interrompe ministro José Gomes Temporão em entrevista


Quase dois anos depois de publicar uma portaria para autorizar o Sistema Único de Saúde (SUS) a realizar cirurgias de readequação sexual, conhecidas como mudança de sexo, o Ministério da Saúde atendeu apenas 27 pessoas, sendo 12 no Rio Grande do Sul, dez no Rio de Janeiro e cinco em Goiás. Todos os contemplados foram homens submetidos a procedimentos para se tornarem mulheres. O baixo número e a não inclusão das pessoas do sexo feminino que desejam passar para o sexo masculino revoltaram Silvio Lucio Nóbrega. Denominado homem trans, mulher que assume a condição de homem, ele interrompeu a entrevista que o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, concedia ontem durante o lançamento de uma campanha de combate ao preconceito contra travestis, e cobrou do representante do governo federal mais atenção aos transexuais.


Funcionário público da pequena Pacatuba (CE), Silvio, 46 anos, relatou ao ministro que o segmento é maltratado e que a rede pública de saúde não está preparada para a realização de cirurgias de mudança de sexo. “Estive aqui em Brasília, em 2008, durante a I Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais e o senhor assinou uma portaria autorizando o SUS a pagar as cirurgias. Mas, na prática, não atende”, questionou. Temporão tentou sair da saia justa respondendo a uma pergunta anterior. “Vamos ter que corrigir os problemas enfrentados pelos travestis nos serviços de saúde pública. Os profissionais devem chamá-los pelos nomes sociais e não pelos de registro.”

Silvio luta há dois anos para que o SUS pague sua cirurgia de readequação sexual. “A portaria não proíbe a realização do procedimentos em mulheres que querem se transformar em homens, mas também não deixa clara essa possibilidade”, lamenta. (RC)

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