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quarta-feira, 5 de maio de 2010
Padre do Maranhão nega acusações de pedofilia
SÃO LUÍS - O padre italiano Giovanne Antonio Garagiola, conhecido como Frei João de Deus, negou qualquer envolvimento com a prática de crime de abuso sexual contra adolescentes no Maranhão. O pároco afirmou que trabalhava catequizando e com aulas de músicas aos adolescentes, entre os quais, meninos e meninas. Ele disse que por várias vezes foi chamado de pedófilo e homossexual pelo fato de trabalhar com os adolescentes.
- Eu ouvi uma pessoa, em Paço do Lumiar, afirmar que estavam dizendo pela cidade que eu era gay. A minha resposta foi: 'Prove'! Eu nunca andava sozinho. Trabalhava em grupo. Eu não andava somente com homens. Eu levava meninas também - defendeu.
Questionado sobre a onda de denúncias de casos de pedofilia praticada na Igreja Católica, o frei João de Deus reconheceu que o fenômeno sempre existiu e a mídia não era tão forte como hoje, por isso muitas coisas ficavam desconhecidas. Garantiu conhecer bispos que suspenderam padres pela prática de pedofilia, inclusive no Maranhão. Ele deu como exemplo o caso do padre Félix, que foi suspenso da prática da vida sacerdotal por envolvimento neste tipo de crime em São Luís.
O padre Giovanne Antonio Garagiola prestou nesta terça-feira à Comissão Parlamentar de Inquérito da Pedofilia da Assembleia Legislativa do Maranhão. Em 2003, um inquérito policial foi aberto no município de Paço do Lumiar para apurar denúncias formuladas contra Frei João de Deus, dando conta de que ele teria abusado sexualmente de três adolescentes. Neste ano, o padre respondia pela paróquia da cidade.
Em 2005, a pedido do próprio Ministério Público Estadual, o inquérito policial foi arquivado por falta de provas. Na ocasião, os três adolescentes que haviam formulado as denúncias modificaram seus depoimentos e negaram terem sido vítimas de abuso sexual praticado pelo religioso.
O caso de Frei João de Deus começou a ser investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito depois que um destes adolescentes, hoje maior de idade, e moradores do próprio município encaminharam denúncia anônima à CPI.
- Uma das supostas vítimas e moradores da cidade afirmaram que o crime, de fato, aconteceu. Por este motivo, resolvemos convocar o frei João de Deus para que ele pudesse dar a sua versão sobre esta situação - explicou a presidente da Comissão, deputada Eliziane Gama (PPS).
Ao negar o crime, Frei João de Deus disse, durante depoimento à CPI da Pedofilia, que as falsas denúncias formuladas contra ele foram feitas por moradores do município que não gostavam da maneira como ele trabalhava.
- Talvez, estas pessoas gostassem mais do trabalho do padre Liberato, meu antecessor. Sempre realizei meu trabalho de forma honesta e com o objetivo de cumprir a missão que me foi concedida. Nunca beneficiei ninguém. Tentei organizar a paróquia de Paço do Lumiar da melhor maneira possível, implantando, inclusive, uma escola de música que atendia vários adolescentes. Meu relacionamento com estes adolescentes era somente no horário das aulas de música. Nunca rezei missa com as portas da igreja fechadas. Estas denúncias não passam de mentiras - afirmou o religioso.
Nesta quarta-feira, a CPI da Pedofilia do Maranhão vai ouvir o depoimento do prefeito de Tutóia, Raimundo Nonato Abraão Baquil (PSDB). O prefeito está sendo investigado devido a denúncia de envolvimento com duas adolescentes, entre 14 e 15 anos de idade, em troca de presentes.
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