Patético, para não dizer lamentável. È isso que se pode concluir dos comícios clandestinos maquiado por “cultos evangélicos”, ultimamente patrocinados pelo pré-candidato ao Governo do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho.
Pela chamada “Caravana da Paz”, que passou por Cabo Frio, no litoral norte do estado, o ex-governador fluminense percorre as cidades fazendo o que mais sabe nessa vida: política à base da polêmica e do populismo.
Com a causa gay na mente (que coisa não?) o pré-candidato ao governo prega palavras homofóbicas para os evangélicos. Revestidas de uma leitura religiosa, as mensagens são repercutidas através da performance bizarra do cantor gospel Emanuel de Albertini, que interpreta um forró-envangélico pra lá de tendencioso.
Leiam o que diz a letra da música:
“Quando o senhor criou o céu e a terra, ele também criou o reino animal. De tanta espécie que existe nesse mundo, para que fosse fecundo, ele criou o casal. [...] Do próprio homem Deus tirou uma costela, fez uma mulher tão bela, e foi uma maravilha, e ordenou crescei e multiplicai, o homem tornou-se pai e houve a primeira família, mas o diabo, o inimigo de Deus, quer desfazer os planos seus querendo manchar seu nome. Desde os dias da cidade de Sodoma, resolveu mudar a soma casando homem com homem. Se Deus fizesse o homem para casar com homem, não seria Adão e Eva, teria feito Adão e Ivo [...]”.
Após a cantiga, Albertini também desdenha das religiões afro-descendentes, referindo-se à macumba e pede votos para Garotinho. O cantor gospel também pergunta aos presentes quem é a favor do “casamento gay”. Diante de um sonoro “nããão” com a cara dos currais eleitorais do passado, o pré-candidato engrossa o coro. “O Gabeira e o Sérgio Cabral são a favor. O governador patrocina Parada Gay em Copacabana”, disse garotinho.
Sérgio Cabral, na época de sua eleição, contou também com o apoio de Garotinho. Por conta disso ele também pede desculpas por ter apoiado o governador peemedebista na eleição passada, quando ele ainda era membro do partido.
“Ele não disse que ia pegar o dinheiro do estado para passeada gay – contra o povo de Deus na praia de Copacabana – Ele não disse isso. Ele me enganou. Eu fui traído. Por isso, quero hoje aqui pedir perdão por um dia ter aqui pedido voto para esse moço chamado Sérgio Cabral. Me desculpem. Todos nos erramos. Eu errei. Ele não disse nunca pra mim”. Tudo foi gravado pelo jornalista do jornal O Globo Cássio Bruno.
Repercussão
Diante às cenas bizarras, o Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT divulgou nota nesta quarta-feira, (5), condenando a postura do ex-governador. “O papel de um governante é garantir a igualdade de Direitos de toda a população, independente de cor, classe, credo, raça, sexo, orientação sexual. E tal postura, do Sr. Anthony Garotinho, como candidato ao cargo de governante, denota um discurso fundamentalista e de segregação”, diz a nota.
A lição que se tira disso tudo é a seguinte. Em terra de cegos, quem tem um olho é rei. Felizmente em terras cariocas, o número de “cegos” é minoria....
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