Pesquisa indica que soropositivos que tiveram quadros depressivos têm maior chance de morrer. A amostra incluiu 490 pacientes que foram acompanhados através de entrevistas por 27 meses e de seus registros médicos por até 41 meses. O artigo sobre o assunto foi publicado na edição de novembro do American Journal of Psychiatry.
O estudo concluiu que ter mais traumas ao longo da vida influenciou, significativamente, em uma mortalidade mais rápida decorrente da Aids. Segundo o artigo, o objetivo foi confirmar resultados de estudos anteriores mostrando que o estresse e a depressão têm um impacto sobre a progressão do HIV.
Dos 490 indivíduos analisados, 29 morreram ao longo da pesquisa. Desses, 16 foram por causas relacionadas à Aids. Entre os soropositivos que sofreram depressão, a taxa de morte (por todas as causas) foi de 3,54 por 100 pessoas. Para os não depressivos, a taxa foi de 1,72.
Quando analisados somente os óbitos relacionados ao HIV, o índice de morte, entre os pacientes que haviam sofrido de depressão, foi de 2,13 por 100 pessoas. Entre os pesquisados considerados livres de quadros depressivos, a taxa é reduzida em cerca de um terço: 0,77.
"Sintomas depressivos e carga viral mais alta foram significativamente relacionados a um risco maior de mortalidade relacionada à Aids", afirma Jane Leserman, do departamento de psiquiatria e medicina da University of North Carolina. A conclusão é defendida pelos demais participantes da pesquisa.
Além disso, os autores ressaltam que são necessárias pesquisas adicionais para determinar se intervenções com foco em trauma e depressão podem modificar estes efeitos perniciosos sobre o HIV.
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