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Poussin, Restauração
Por Ferdinando MartinsDivulgação |
Até onde a censura é capaz de intervir na produção artística? Em exposição sem previsão de término, o Museu de Arte de São Paulo, MASP, mostra uma de suas mais importantes obras, Hymeneus Travestido Assistindo a uma Dança em Honra a Príapo, pintado entre 1634 e 1638 pelo francês Nicolas Poussin (1594-1665) e que passou por vasto processo de restauração ao longo deste ano. Poussin, Restauração integra as comemorações do Ano da França no Brasil.
A obra é exibida ao público em sua composição original, que havia sido adulterada em nome do decoro. A cargo da restauradora brasileira Regina Costa Pinto Moreira, a restauração de Hymeneus Travestido Assistindo a uma Dança em Honra a Príapo revelou a surpresa de encontrar, sob camadas de repintes e vernizes, a imagem de um falo ereto na figura do deus Príapo, que na mitologia protege a fecundidade e os jardins. Moreira trabalha no Museu do Louvre, em Paris, e desde a década de 1970 realiza trabalhos de restauro em diversas instituições européias.
Segundo a restauradora, essa “pintura de pudor” foi feita provavelmente no século XVIII, para encobrir o falo, de proporções significativas na composição, em nome do decoro e da moralidade. Na exposição, é mostrado o registro do processo de restauração, bem como fontes documentais que indicam a autenticidade do resultado final.
É um trabalho que, no mínimo, atrai pela curiosidade. Apresenta-se, porém, como uma possibilidade de abrir espaço para a discussão sobre o que é ou não permitido ver, a mesma que permeia ainda hoje as exibições de um beijo gay na televisão ou a exibição de um corpo nu em uma revista mensal.
Local: Museu de Arte de São Paulo (MASP). Avenida Paulista, 1.578 - Bela Vista
Horários:
Terça, quarta e sexta a domingo das 11h às 17h (c/ permanência até às 18h). Quinta das 11h às 19h (c/ permanência até às 20h)
Informações pelo tel.: (11) 3251-5644
Ingresso: R$ 15
PUNHETAS
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