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Direito de Amar (A Single Man)
Por Mariane Zendron e Rodrigo de AraujoDivulgação |
“Ser estilista é interessante, mas um filme é para sempre”, disse o estilista Tom Ford no lançamento em Los Angeles de seu primeiro filme como diretor, produtor e roteirista. Direito de Amar (A Single Man), que estreia nos cinemas nesta sexta-feira, 5 de março, não será mesmo esquecido facilmente, por tratar de forma tão intensa a dor de um professor universitário, George, ao perder o companheiro com quem viveu por 16 anos.
Para viver esse personagem, Ford fez uma escolha certeira ao convocar o britânico Colin Firth, que levou o Bafta, o Oscar britânico, de Melhor Ator por sua atuação. Firth empresta o seu charme já visto em filmes como O Diário de Bridget Jones e Simplesmente Amor, mas mostra muito mais dramaticidade nesse novo trabalho. O ator, hétero, casado e com dois filhos, revelou em uma entrevista ter sentido uma conexão tão forte com George que teve dificuldade para se afastar do personagem. E é exatamente essa conexão que pode ser sentida no filme.
Tom Ford mesmo chegou a afirmar que o filme é um drama humano e não levanta bandeiras. “Poderíamos ter contado a mesma história se George fosse hétero, sua esposa morresse em um acidente de carro e o futuro para ele começasse a parecer doloroso demais”.
A dor poderia ser a mesma, mas a maneira como um personagem hétero lidaria com ela, poderia ser diferente. Por viver na conservadora 1962, George não tem com quem dividir a dor da perda de um amor por outro homem. Até sua melhor amiga Charley, vivida pela brilhante Julianne Moore, não acredita que a relação do casal foi um amor verdadeiro. E a angústia do personagem só aumenta.
Na universidade onde leciona, George até tenta desabafar sobre isso com seus alunos ao discursar sobre o ódio lançados para as minorias. Diz que esse sentimento nasce do medo que as pessoas têm de que algo diferente possa fazer parte da vida delas. Os alunos, no entanto, parecem não entender do que o professor está falando, exceto um que se identifica e se interessa pelo angustiado professor que planeja o suicídio.
É desse encontro entre aluno e professor que o filme promete ter um final feliz. Sim, o filme é triste, porém belo. Se estivesse ambientado nos dias de hoje, poderia ter outra finalização. Mas a opção de Tom Ford em radicalizar, talvez justifique seus momentos finais que metaforiza e nos leva a questionar sobre nossas escolhas e não deixar para depois, pois a vida pode ser imprevisível.
Destaque para a caracterização impecável de época nos figurino do professor e dos demais personagens, onde se ressalta o Tom Ford estilista. Também visualmente belo, o filme deve ocupar em quem assiste um grande espaço e dali não sairá tão cedo. E quanto a impecabilidade, não serviu de exemplo à tradução do título filme, que mais parece nome de novela das seis. Melhor seria ter deixado o original em inglês.
Título: Direito de Amar (A Single Man)
Direção: Tom Ford
Ano: 2009
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