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By Ferramentas Blog

domingo, 21 de fevereiro de 2010

A RELIGIÃO PREGA UMA COISA... E ELES FAZEM OUTRA



A pesquisa do Ibope mostra que a maioria dos jovens faz o que bem entende em dois temas caros à Igreja Católica: sexo e reprodução

88% acreditam que podem usar métodos anticoncepcionais e continuar sendo bons católicos
O que diz a doutrina
A fecundidade é um dom, um fim do matrimônio. A Igreja se declara "do lado da vida" e afirma que "qualquer ato matrimonial deve permanecer aberto à transmissão da vida"
62% acham que a Igreja Católica é atrasada porque condena o uso da camisinha e o sexo antes do casamento
O que diz a doutrina
A luxúria, segundo a Igreja, é um "desejo desordenado" ou um "gozo desregrado" do prazer venéreo. O prazer sexual é condenado quando buscado por si mesmo, isolado do fim de procriação ou de união
79% discordam de só fazer sexo depois do casamento
O que diz a doutrina
O ato sexual deve ocorrer exclusivamente no casamento. Fora dele, é um pecado grave e exclui o sacramento da comunhão. O amor humano, segundo a Igreja, não tolera a experiência e exige doação total e definitiva
62% são contra a prisão de mulher que fez aborto
O que diz a doutrina
Toda vida humana, desde o momento da concepção até a morte, é sagrada. Desde a concepção, a criança tem o direito à vida. Para a Igreja, o aborto é uma prática condenada com pena de excomunhão
96% são a favor do uso de camisinha para evitar gravidez e doenças sexualmente transmissíveis
O que diz a doutrina
Toda vida humana, desde o momento da concepção até a morte, é sagrada. Desde a concepção, a criança tem o direito à vida. Para a Igreja, o aborto é uma prática condenada com pena de excomunhão
81% são favoráveis ao uso de métodos contraceptivos sem autorização dos pais por menores de 18 anos
O que diz a doutrina
A união carnal fora do casamento é considerada gravemente contrária à dignidade das pessoas e da sexualidade humana. É vista como um escândalo grave quando há envolvimento de jovens
Fontes: Ibope e Catecismo da Igreja Católica


"Será que é pecado?"

CARISMÁTICOS
Eduardo e Priscila não conseguiram
resistir à tentação da carne. Na foto,
Maria Eduarda, de 4 meses, está no
colo do pai
Eduardo Oliveira, de 24 anos, e Priscila Lourenço, de 16, se conheceram na Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, em Santo André, no ABC paulista. Ambos participam da Renovação Carismática, movimento cujo maior expoente é o padre Marcelo Rossi. Afirmam que, depois de seis meses de namoro, fizeram sexo usando camisinha. "Eu queria me casar virgem como manda a doutrina, mas não deu", diz Priscila. "Sabíamos que fazer sexo era um erro, mas é coisa da carne. Senti um pesar", diz Eduardo.
Procuraram o padre para se confessar. "Foi constrangedor, mas o padre não me apedrejou. Eu disse que não iria mais fazer sexo, que teria um namoro santo. A gente até tentou", diz Priscila. "O padre disse que eu estava errado e que, se a minha vocação era o ma-trimônio, que não fizesse mais até me casar. Nós tentamos", afirma Eduardo.

Depois de uma abstinência de quatro meses, segundo eles, fizeram sexo mais uma vez. Sem camisinha.

"Na hora não é a cabeça que fala, é o instinto. Só depois você pensa, e aí não há mais nada a fazer, é só o arrependimento", afirma Priscila. "Acho que a Igreja condena a camisinha e os métodos anticoncepcionais para não generalizar o sexo entre a juventude. Mas a camisinha é um bem em um mundo com tantas doenças. Precisamos ser cristãos, mas também precisamos ser coerentes com a proteção", afirma Eduardo.

Maria Eduarda nasceu nove meses depois. Eduardo, que quer fazer faculdade de Ciências Sociais, conseguiu um emprego de operador de telemarketing. Priscila interrompeu os estudos para cuidar do bebê. "Desde que ela engravidou, decidimos que não comungaríamos mais porque estamos vivendo em pecado. Só teremos condições de casar em abril de 2008", diz Eduardo. "A Priscila usa anticoncepcional, e eu estou usando camisinha porque não podemos botar mais dez filhos no mundo. Como eu cuidaria deles? O que fizemos foi contra a doutrina de nossa Igreja. Foi errado? Só Deus pode dizer."


"Sou gay e sou católico"

DIVERSIDADE
Tiago Duque diz ser possível conciliar
catolicismo e homossexualidade. Na
foto, ele está diante da Basílica Nossa
Senhora do Carmo, em Campinas
Tiago Duque, de 29 anos, foi catequista, coordenador de crisma e quase se tornou padre. Aos 21 anos, assumiu sua homossexualidade. Soci-ólogo, hoje é assessor da Pastoral da Juventude, em Campinas. Vive com um companheiro. Em sua casa, convivem um pequeno altar com uma imagem de São Francisco de Assis e uma bandeira de arco-íris com a frase "Homofobia é crime". Tiago deu o seguinte depoimento a ÉPOCA:

"Quando pensava em ser padre, meu medo era: 'Será que estou indo para o seminário porque meu desejo é ser casto ou por não querer assumir uma possível homossexualidade?'. Aprendi dentro da religião que os sentimentos do corpo devem ser respeitados porque o corpo é o templo do Espírito Santo. Quando meu desejo ficou muito forte e eu precisei experimentar essa vivência, tive um encontro diferenciado com Deus e entendi que uma coisa é o que o papa escreve e lê lá em Roma, outra é o que o Espírito Santo e sua vida comunitária inspiram. Convivi com padres homossexuais, com namoradas e filhos de padres, com padres humanos, qualificados e vocacionados, que nunca deixaram de viver seus desejos afetivos e sexuais. A Igreja é hipócrita quando prega tantas regras sexuais. É uma incoerência institucional. Mas temos de ter cuidado em separar o que é contraditório do que é incoerente. O incoerente está mais próximo do pecado porque afirma aquilo que não faz. Mas o jovem deve ser contraditório dentro da Igreja para provocar mudanças. Jesus foi o maior contraditor, tanto que morreu na cruz. Ao me assumir gay e continuar católico, não sou incoerente, sou contraditório.Quando o papa fala que homossexualidade é doença, está gerando dor, violência e ódio. Interfere e muito na vida cotidiana. Cristo sempre reconheceu as diferenças e trouxe as pessoas para perto de si. Se eu pudesse dizer algo ao papa, diria para ele ser mais cristão. Mas não fui um dos católicos convidados a ir ao Pacaem-bu. Não recebi o convite VIP".



"O corpo me pertence"

CONVIVÊNCIA
Angélica Vasconcelos afirma que
sexualidade não é assunto da Igreja.
Na foto, ela posa com Nossa Senhora
Aparecida, sua santa de devoção, e
uma cartela de anticoncepcionais
Angélica Vasconcelos, de 25 anos, é filha de católicos praticantes e foi criada dentro da Igreja. Atua nas comunidades eclesiais de base, na Grande São Paulo. Namora um católico praticante e diz usar anticoncepcional para evitar filhos. Deu o seguinte depoimento a ÉPOCA:

"A Igreja prega a castidade antes do casamento, mas acredito que a decisão sobre esse assunto é de cada um. O corpo não pertence a nenhum credo. Cada um faz com ele o que bem entender. Sou católica, sim, mas tenho desejos sexuais. Tive meu primeiro namorado aos 13 anos e, quando passava do limite dos beijos, ficava com a consciência doendo. Confessava esses atos direto a Deus. Depois, comecei a pensar: 'Como manter a castidade numa época em que as mulheres só se casam depois de concluir a graduação e até a pós-graduação?'. Fiquei 11 anos com meu primeiro namorado. Se fosse no início do século XX, teriam me casado aos 14 anos para evitar a perdição, mas hoje não é mais assim. Só perdi a virgindade aos 18 anos, porque queria ser responsável pelos meus atos. Há um ano terminei com o primeiro namorado e agora namoro também um católico. Uso anticoncepcional. A Igreja prega a castidade, mas na prática não é assim. Ninguém condena ninguém por causa disso. Os jovens vão à missa e todo mundo sabe que eles transam, mas ninguém questiona. Acho que Deus está mais preocupado com a fome e a miséria do que com a sexualidade de seus filhos. A Igreja precisa se renovar. Como pedir para as pessoas não usarem camisinha num mundo com aids? Se o sexo fosse só para procriação, as mulheres entrariam no cio como os animais. Sexo é uma necessidade independente do amor. Tenho minha consciência tranqüila com Deus, mesmo não seguindo algumas regras da doutrina. Não concordo com elas, logo não posso segui-las. Não é por isso que vou deixar de ser cristã".

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